19 filmes para tentar entender a morte
Acha complicado falar sobre a morte? Esses filmes podem te ajudar a entender este momento tão delicado. Confira!
“O silêncio da morte, do cemitério, não era punição, mas uma recompensa por uma vida bem vivida. ” Caitlin Doughty
Já dizia Kafka: “O sentido da vida é que ela termina“. E é no contexto de escancarar as verdades sobre a morte, que trazemos uma lista com 19 filmes para tentar entende-la. A ideia dessa lista veio depois de ler o livro Confissões do Crematório, da Caitlin Doughty (você pode conferir nossa resenha clicando aqui). O livro é dividido em 19 capítulos e conta 19 histórias de quando a autora trabalhou em um crematório na Califórnia. A obra apresenta um panorama histórico sobre a morte e os diferentes rituais praticados ao redor do mundo. A lista a seguir é uma contribuição de toda a equipe para quem já passou por este momento tão delicado. Confira!
01 – O REI LEÃO:
O Rei Leão desperta a empatia do público ao trabalhar a proximidade entre o pai e o filho e cria uma história inesquecível. Simba passa por idas e vindas e discute temas como justiça, amizade e família. Quando o macaco Rafiki diz a Simba “você está errado, ele vive em você”, aprendemos com a morte de Mufasa que ninguém está morto quando consegue transmitir suas ideias, valores e ensinamentos a outra pessoa. O Rei Leão é um filme para refletirmos sobre o papel das pessoas que nos cercam durante o momento de luto e o nosso papel na terra. Por: Felipe Borba
02 – AS AVENTURAS DE PI:
Talvez esse seja um exemplo roubado para a lista que o Felipe quis organizar, mas acredito muito que As Aventuras de Pi nos ensine demais sobre a morte justamente com a insistência do protagonista em não desistir e morrer. Perdido em alto mar acompanhado apenas de um tigre, o nosso jovem herói precisa superar toda a dificuldade do mundo para manter o animal vivo e evitar que o bicho o devore. No entanto, o que torna o longa apto para aparecer nessa lista é a famosa história que Pi conta para os peritos no hospital. Diante uma realidade tão dura e violenta sobre o que o humano é capaz de fazer em desespero, é preferível lutar por algo mais doce que nos convença a ter esperanças. Por: Tullio Dias
03 – CONTA COMIGO:
A morte é um assunto que, na infância, gera muito medo e ao mesmo tempo curiosidade. São poucos os pais que falam às claras com os filhos, na maioria das vezes usam eufemismos. Em Conta Comigo um grupo de amigos fica sabendo de um garoto que foi atropelado pelo trem e o corpo não foi encontrado, resolvem então ir em busca do menino. Não é apenas só a curiosidade de ver um cadáver, mas principalmente pensar sobre o assunto e chegar a conclusões, ou não. Em uma pequena aventura essas crianças amadurecem na marra ao confrontarem a vida, crua. Por: Natália Ranhel
04 – AMOR ALÉM DA VIDA:
Um dos filmes com as fotografias mais belas que eu já vi – venceu merecidamente o Oscar em 1999 – e uma história trágica, bastante reflexiva sobre a vida e a morte. O filme começa com um soco no estômago depois que o casal protagonista perde os dois filhos e o pai falece em um acidente quatro anos depois. Em seguida, a mãe morre e o homem busca encontrá-la de qualquer jeito no pós-vida. Por mais doloroso que seja ver tanta tristeza, a mensagem que o filme passa, as metáforas e os reencontros que vemos no decorrer do enredo valem as lágrimas. As transformações dos personagens também são consideráveis após suas mortes. Por: Dani Pacheco
05 – UP – ALTAS AVENTURAS:
Um sr. se recusa a deixar sua casa, mesmo recebendo boas propostas financeiras. Mesmo enfrentando um inferno por isso. Mesmo com tudo ao seu redor mudando e ele reagindo sem um pingo de humor. Parece apenas um velho rabugento. Até que, em menos de 10 minutos, acompanhamos um resumo de sua vida. Talvez o resumo com o melhor custo-benefício de sensibilidade por frame do cinema. Ele conheceu o amor da sua vida, fizeram e desfizeram planos, compartilharam sonhos e frustrações, uma vida inteira ao lado de uma pessoa, amada, acima de tudo, e que se vai, antes da realização do maior sonho. Resta se agarrar àquele lugar, onde ela está nos retratos, no cofrinho de economias, e em casa metro quadrado. O que pode ser uma superação maior do que se agarrar a essas lembranças e, literalmente, voar para realizar o último item da wishlist? Por: Larissa Padron
06 – UM OLHAR DO PARAÍSO:
Uma espécie de Ghost com CSI, o longa-metragem comandado por Peter Jackson acabou escorregando e decepcionando a maioria do público e dos fãs da obra original em que o roteiro se baseou. A questão da vida pós-morte é trabalhado com a protagonista tentando ajudar a sua família a encontrar o homem responsável pelo seu assassinato. Por: Tullio Dias
07 – GHOST – DO OUTRO LADO DA VIDA
Considerado um dos filmes mais românticos da história do cinema, se visto pelo ângulo da morte pode se tornar polêmico. Afinal Demi Moore tem relações com Patrick Swayze através do corpo de Whoopi Goldberg. Se for visto pelas lentes de algumas vertentes religiosas, como o espiritismo, pode parecer até mesmo lógico. O filme retrata mais do que a morte, mas principalmente uma possível pós-vida; a reconfortante ideia de que ainda encontraremos aqueles que amamos, esse sim é o ângulo mais romântico do filme. Por: Natália Ranhel
Mais do que o maior sucesso de Patrick Swayze, Ghost leva para o cinema uma opção de resposta para o questionamento de existir vida após a morte. Com muito romantismo e boas doses de humor, a produção apresenta para o espectador uma maneira de entender que mesmo “do outro lado da vida”, nossos entes queridos ainda cuidam de nós. Por: Tullio Dias
08 – A FONTE DA VIDA:
Desde que o homem sofreu a primeira perda de um ente querido, ele passou a sonhar com a imortalidade. Darren Aronosfsky intercala três histórias intimamente correlacionadas numa verdadeira poesia visual, usando sua montagem moderna característica, com ângulos de câmera incomuns e uma decupagem que favorece a narrativa lenta e contemplativa que a história requer. Fonte da Vida mostra a obstinação de um homem em manter sua amada esposa viva, por não aceitar que a morte a leve para longe dele. Só que a vida não pode ser imortal, só o amor pode. Por: Leonardo Carnelos
09 – O SÉTIMO SELO:
O tema é abordado através de um roteiro simbólico caracterizado por reflexões metafísicas. Um filme intenso e confrontante, que convida o espectador a migrar por horizontes desconhecidos, e apresenta a vida como um simples jogo, sendo que nesta partida, o resultado é definido desde o primeiro suspiro de cada ser vivo. Ingmar Bergman esbanja genialidade nesta obra de arte atemporal e que torna-se, por sua imensidão, indispensável à qualquer cinéfilo. Por: Juliana Vannucchi
10 – UM DIA:
Sabe quando você escolhe assistir a um filme achando que será mais uma comédia romântica padrão de Hollywood? Foi nessa vibe que decidi ver “Um dia” e, sorte a minha, o filme não se enquadra nesse clichê! Me surpreendi com a história de Dexter (Jim Sturgess) e Emma (Anne Hathaway), duas pessoas que se conheceram por acaso, demoraram 20 anos para saber que amavam um ao outro e, quando descobriram, foram separados de forma trágica. “Um dia” nos revela o quanto a vida pode ser interrompida de forma abrupta, sem se importar com o que planejamos, inclusive para o amor. Por: Larissa Borges
11 – CIDADE DOS ANJOS :
Numa época em que Nicolas Cage ainda era sinônimo de bom entretenimento, Cidade dos Anjos tem “Iris”, do Goo Goo Dolls como sua canção tema. Não poderia ser mais apropriado para um filme cuja premissa básica é sobre um anjo que desiste da sua imortalidade apenas para poder tocar a humana por quem se apaixonou. Muito romance nessa deliciosa produção. Por: Tullio Dias
12 – NÃO ME ABANDONE JAMAIS:
A ideia de clonagem pode parecer cenário de ficção-científica, mas Não me abandone jamais vai muito além disso. As três crianças no centro da história precisam lidar com a anunciada brevidade de suas vidas e com seus sentimentos. Tornam-se adultos capazes de ter esperança e de correr atrás do que acreditam, mas a adaptação da obra de Kazuo Ishiguro nos faz refletir sobre as nossas relações com quem amamos, o tempo e como o gastamos. O clima melancólico aumenta a lentidão com que as coisas acontecem e isso é bom, descobrimos aos poucos o destino que aguarda pelos personagens que formam um triângulo amoroso desde a infância. Por: Graci Ela
13 – A DELICADEZA DO AMOR:
O filme mostra que o amor pode estar onde a gente menos espera, inclusive dentro de nós mesmos. De forma delicada, fazendo jus ao título, vemos o recomeço de Nathalie (Audrey Tautou), tendo como pano de fundo duas histórias de amor das quais ela é protagonista: uma que nos mostra um casal perfeito e outra que nos mostra um casal improvável. Uma narrativa que fala da perda de um grande amor, de superar o luto e de se reencontrar consigo mesma para seguir em frente, tudo isso de forma bem leve, como a própria vida deve ser. Por: Larissa Borges
14 – O SEXTO SENTIDO:
Se em Ghost o personagem do Patrick Swayze tinha plena consciência de que estava mortinho da silva, o mesmo não acontece em O Sexto Sentido. O pequeno médium vivido por Haley Joel Osment encara a morte bem de perto direcionando as almas para encontrarem paz antes do descanso eterno. O problema é que boa parte dessas almas sequer percebeu ou aceitou que deixou o mundo dos vivos e permanece sugando energia daqueles que sentem a sua falta. Por: Tullio Dias
15 – A PARTIDA (OKURIBITO):
Branco é a cor do luto no Oriente, ao invés do preto do Ocidente. E esta é apenas uma pequena diferença cultural mostrada em A Partida. Na terra do Sol nascente, um violoncelista recém desempregado se vê obrigado a aceitar a função de preparar defuntos antes de seus rituais funerais. Um filme que além de nos mostrar valiosas lições acerca da vida e da morte, também exalta a importância do respeito e da despedida de nossos entes queridos em seus velórios. Por: Leonardo Carnelos
16 – QUESTÃO DE TEMPO:
Comandado por Richard Curtis, Questão de Tempo trabalha inicialmente com um divertido conceito de viagem no tempo para desenvolver um romance. No entanto, aos poucos, o longa começa a mostrar que é muito mais que uma comédia romântica sci-fi: em determinado momento, o protagonista descobre que o pai irá morrer e será impossível voltar no tempo para reencontrá-lo para conversar. Cada um desses últimos encontros é uma verdadeira lição de amor para mostrar que tudo valeu muito a pena. Por: Tullio Dias
17 – P.S.: EU TE AMO:
Se você soubesse que iria morrer, como se despediria da pessoa que você ama? Sim, muita gente chora vendo P.S: Eu Te Amo, por ver só o lado do amor romântico, aquele que o cinema nos ensina a desejar. Mas, a história de Holly Kennedy (Hilary Swank) e Gerry (Gerard Butler) não fala apenas de amor, ela fala de despedida. Tanto de quem vai partir, quanto de quem vai ficar. E, é para suprir essa ausência e prolongar sua permanência na vida de sua amada, que Gerry faz todas as cartas, a guiando para superar a dor do luto e seguir em frente. Vale a pena para refletir, pois mesmo a morte sendo, às vezes, algo anunciada, ela não se torna menos dolorosa. Por: Larissa Borges
18 – ENCONTRO MARCADO:
Brad Pitt é a própria morte em Encontro Marcado. Isso provavelmente torna a ideia de morrer até mais atraente, não é mesmo? Ou então de se armar com manteiga de amendoim e se deliciar com uma emocionante história sobre um poderoso homem de negócios que vê a sua vida chegando ao fim e recebe a visita da morte personificada no bonitão Pitt, que acaba descobrindo o amor durante seu período como humano. Por: Tullio Dias
19 – TÃO FORTE E TÃO PERTO:
Falando um pouco sobre histórias que apresentam as consequências do 11 de setembro, impossível não lembrar do pequeno Oskar e sua jornada para descobrir o dono de uma chave deixada pelo seu pai pouco antes de morrer. Enquanto cruza seu caminho com a vida de inúmeros desconhecidos, Oskar (e o público) vão trabalhando aos poucos com a superação de um grande trauma e o resultado é emocionante. Por: Tullio Dias