Por Familia.com.br
Os pais esperam para ver seu filho crescer até a maturidade. Espera-se que os pais morram primeiro enquanto seus filhos continuam o ciclo de vida. Elisabeth Kubler-Ross descreve o ciclo de sofrimento numa situação como essa.
Os pais esperam ver seu filho crescer até a maturidade. Em última análise, esperamos que os pais morram primeiro e que seu filho continue o ciclo de vida. Quando este não é o caso e uma criança morre, é uma mudança de vida para os pais que às vezes são levados a uma vida inteira de sofrimento.
À medida em que os pais experimentam a dor de perder um filho, passarão pelo ciclo de sofrimento relatado no trabalho feito por Elisabeth Kubler-Ross.
Negação e raiva
Ela afirma que o ciclo da dor geralmente começa com a negação. Isso pode ser expresso em declarações como: “Isso não pode estar acontecendo comigo.” Essa é uma habilidade de enfrentamento provisória até que seja substituída pela raiva e por pensamentos como, “Por que eu?”. As pessoas podem estar com raiva de si, dos outros, e muitas vezes de Deus.
Ajudar alguém a passar por esses estágios requer a compreensão da dor que eles estejam sofrendo. Não tente fazê-los aceitar tudo o que está acontecendo. Em vez disso, permita-lhes expressar as emoções de raiva que estiverem sentindo.
Negociação e depressão
A próxima etapa é a negociação, onde o pai pode tentar fazer um acordo com Deus para trazer seu filho de volta. Isso pode ser em forma da promessa de parar um mau hábito ou fazer algo diferente com a sua vida. Essa negociação não produzirá uma solução sustentável, de tal modo que a pessoa entrará em depressão.
Essa é uma fase difícil, pois os pais podem também expressar que querem morrer por causa da dor emocional que estão experimentando. Seja compreensivo e aceite suas declarações. Expressar o desejo de morrer, não significa que eles realmente queiram morrer ou que sejam suicidas. Entenda a diferença e ouça o que eles dizem e como dizem. Isso lhe dará uma ideia de suas intenções.
Aceitação
Por fim, a aceitação vem com expressões de “Vai ficar tudo bem.” Nesse ponto, eles começam a trabalhar com a sua dor. Perceba que as pessoas, muitas vezes, passarão por um processo de “vai e vem” nessas fases do luto. Eles poderão reexperimentar várias etapas ao longo desse processo.
Não há nenhum calendário normal para tristeza. No entanto, se a ansiedade, depressão ou os ataques de pânico durarem por mais de seis meses, incentive-os a procurar ajuda profissional através de um conselheiro ou de seu clínico geral.
É importante entender as necessidades dos pais e perguntar-lhes a respeito do que precisam. Muitas vezes eles não sabem, mas ficar lá com eles durante toda a sua experiência poderá ser o suficiente. O ciclo do luto é uma reação normal à perda. Tenha paciência, seja gentil com as pessoas que estão passando por essa traumática experiência e deixe que eles chorem a sua perda.
Como você pode ver, o sofrimento dos pais é complexo e tem múltiplas camadas. É incrivelmente difícil lidar com essa situação que deixa os pais com uma avassaladora sensação de “pisadura na alma”, cheios de sensibilidade e necessidades emocionais. Muitas vezes o apoio é dado apenas de imediato e dura até ao término do funeral. Lembre-se, os pais enlutados continuam a ser os pais do filho falecido.
No decorrer dos próximos anos, os pais podem achar que várias épocas do ano sejam mais difíceis, à medida que se lembrarem de seu filho e pensarem sobre os sonhos e desejos do tempo em que essa criança estava com eles. Algumas dessas vezes poderão incluir feriados, aniversários e dias próximos do aniversário de sua morte. Conforme se recordam, eles também poderão reexperimentar algumas das fases do luto.
Estar disponível durante todo o processo de luto fortalecerá seu relacionamento e ajudará a aumentar a sua empatia. Muitas vezes, as pessoas só precisam de um ouvido atento. Incentive a comunicação aberta sobre seus sentimentos e emoções.
Traduzido e adaptado por Ana Maria Castellano do original How can I help someone cope with the loss of a child?, de Russell C. Gaede, PsyD.
Para ler a publicação original, clique no linque abaixo.
Como posso ajudar alguém a lidar com a perda de um filho?