5 Formas de Superar a solidão após a morte do amado
Por Site Vila Mulher
Falar sobre a morte é delicado, principalmente quando ela leva uma pessoa querida ou, como no caso da psicóloga Priscila Tenenbaum, um parceiro de vida. No caso da profissional, seu marido morreu de câncer, a deixando com duas filhas pequenas, uma de 1 ano e 9 meses e outra de quase 5.
“O pior momento de todo o processo da perda para mim não foi a morte, mas o resultado da biópsia, quando meu pai, que é oncologista, me contou que eu ficaria viúva. Parecia que meu mundo tinha acabado. Não conseguia nem respirar. Fiquei enjoada, chorando e sem saber como contar à Violeta, minha filha mais velha, sobre a doença do pai”, relembra Priscila os primeiros pensamentos e sentimentos que vieram à tona.
No início, a forte sobrevivente assume que sentiu medo, mas aos poucos viu que dava conta. O que a ajudou a superar a perda? “Primeiramente a minha profissão. Sendo psicóloga e estar trabalhando com o programa de Resiliência me deu forças para seguir todos os princípios do programa e fortalecer a mim e as minhas filhas. A meta era ser feliz apesar de… e eu consegui”, diz orgulhosa.
Detalhando os cinco pontos que foram mais importantes para sua recuperação, a psicóloga conta:
1. Aceitação: nunca questionei o fato ou achei injusto ou um castigo. Simplesmente aceitei.
2. Amigos e familiares: sempre me apoiando não me deixando só, me instruindo e me ajudando a criar as meninas.
3. Esporte: nunca fui adepta, mas em um jantar com um amigo ele disse que o que mais ajudou a ele a superar a separação foi a atividade física. Me inscrevi na academia e contratei um personal. Malhava todos os dias e realmente isso foi incrível! Me senti fisicamente forte!
4. Otimismo e esperança.
5. Noites bem dormidas.
Fora isso, Priscila ainda procurou ocupar a mente com viagens, saídas com os amigos, pedalar, patinar, etc. Hoje em dia ela revelou como se lembra de seu amado: “Com muitas saudades e respeito a ele. Um amor eterno”.
De acordo com a life coach Roselake Leiros, toda perda é dolorosa. “É comum a pessoa que está viva sentir vazio, desconforto e não saber como retomar a vida. É muito importante nesse momento deixar que essa pessoa chore e expresse essa dor”, explica.
Essa permissão, no entanto, tem limite. Segundo a profissional, é essencial que se reconheça a perda, mas em momento algum a pessoa deve se deixar levar por ela. “Não é comum ver um dos dois partir e logo depois de um tempo a pessoa ir também m porque não aguentou? Ela se deixou abater e isso não pode. Enquanto há vida é preciso haver sentido para ela”, deixa claro.
E ensina: “Perdeu, passou, normal. É preciso ter momentos de lucidez e redirecionar a tristeza para a alegria de ter tido a pessoa em sua vida e gratidão por tudo o que passaram juntos. Honre o parceiro que se foi. Busque nos filhos, amigos e trabalho uma forma de contribuir com a vida delas. Faça um trabalho assistencial, preencha sua vida com coisas positivas”.
Rose exemplificou o caso com Nicette Bruno, que recentemente perdeu seu companheiro da vida toda, Paulo Goulart. “Claro que dói, mas ela falou mais da felicidade e de todo o carinho que trocaram durante os anos e de como ela é grata por tudo. É dessa forma que temos que redirecionar nossa atenção”.
Se mesmo assim ficar difícil aceitar a partida de alguém e a dor insistir, não deixe de procurar um profissional. Um life coach ou um psicólogo pode ajudar. “O que não pode é desistir e não querer mais viver. Há casos complicados em que se desenvolvem problemas na saúde emocional, mental e física. Sem falar na grande depressão”.
“Temos ferramentas efetivas para isso, mesmo se a família quiser fazer um tratamento com ponte”, finaliza a especialista.