A dificuldade de falar sobre a morte

Por Maria Paula Andrade para Jornal da USP

Pesquisadora que estuda a morte há mais de 30 anos alerta para a necessidade de conversar sobre o assunto

Uma pesquisa encomendada pelo Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep) e realizada pelo Studio Ideias mostrou que 68% dos brasileiros têm dificuldades para lidar com a morte.

Para a professora Maria Julia Kovács, do Instituto de Psicologia da USP, que coordena o Laboratório de Estudos sobre a Morte e estuda o assunto há mais de 30 anos, o tabu da morte sempre existiu e sempre vai existir. “O tabu muitas vezes se configura como dificuldade de falar sobre o assunto, de encarar a própria finitude”, explica. A professora também fala na necessidade de se tratar do assunto já com as crianças, para que cresçam aptas a lidar com o tema.

Outro problema decorrente da negação em falar sobre a morte é que as pessoas também não sabem ouvir sobre ela. Maria Julia alerta para essa necessidade como forma de ajudar alguém que possa estar passando por um processo de doença terminal ou até mesmo de luto por outra pessoa. “A dificuldade de ouvir, muitas vezes, é porque as pessoas acham que vão ter que falar alguma coisa. Mais importante do que falar é escutar o que a pessoa tem a dizer.”

Ouça no link a íntegra da entrevista da Rádio USP.

A dificuldade de falar sobre a morte

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