Visão espírita das pessoas que morrem por acidentes
Por Hugo Gimenez para Site Estudante Espirita
Como os espíritas devem encarar as mortes por acidentes?
Na visão espírita da pessoa que morre por acidente, a qual foi incentivada por outra, deveria essa pessoa que incentivou uma viagem, por exemplo, se sentir culpada?
André Marouço — A doutrina dos espíritos nos assinala que o instante do nascimento e da morte, diante da magnitude destes eventos para nossa existência são instantes meticulosamente planejados, estruturados e cuidados pela espiritualidade superior.
Entretanto nós ainda não temos condições plenas de afirmar de forma racional, valendo-nos de ciências; de filosofia que tal se dá. Entretanto, nós podemos estudar a questão sobre os atributos da divindade que nós já tratamos aqui.
Deus é onisciente, ou seja tem ciência de tudo… Onipotente, ou seja tem o poder do todo; Onipresente, ou seja está presente no todo; é soberanamente justo e soberanamente bom.
Então, se Deus está presente e ciente de tudo; ele está presente ciente de todos os acontecimentos, especialmente aqueles dias fatais, pois são instantes muito importante em nossa existência.
O evento nascimento e morte está entre esses eventos, então nós queremos crer que é bem mais provável que esses instantes estejam o tempo inteiro sob a regência da divindade, que atividade é essa soberanamente boa e soberanamente justo.
E vamos também a grande significação que nos deu o Cristo acerca da nossa relação com a divindade:
Até a vinda de Jesus era quase que o senhor o da Justiça o Deus dos exércitos. Jesus vem nos ensina a chamá-lo de “Pai”, então se nós temos um pai que é soberanamente justo e bom; dê a desencarnação, dê o processo de encarnação da forma que se dê, há a justiça e a bondade por trás desse processo.
Então, os olhos da Carne deixaram de ver esta criatura que partiu para espiritualidade, mas essa existência prossegue; e prossegue tendo atendido todas as suas necessidades de acordo com a entrada agora no mundo dos espíritos.
Quando uma pessoa não quer ir a algum lugar, mas acaba indo para substituir outra e acontece um acidente: quanto ao ponto de vista espiritual o que nós podemos dizer?
Na visão espírita das pessoas que morrem por acidentes, todas as vezes que a pessoa toma decisão de última hora ir a algum lugar onde vai acontecer a fatalidade é por causa de uma premonição?
André Marouço — Nós podemos raciocinar sobre as possibilidades.
(Por Exemplo): Eu não quero ir em um evento, e aí vou…. e acontece um acidente.
Aí nós podemos ligar isso há uma intuição, uma premonição, que se tinha do instante do acidente. Muito bem, pode ser que isso, de fato, se deu.
A outra possibilidade, que inclusive acredito que boa parte dos casos é mais plausível, é que os eventos da vida cotidiana, nem todos, suscitam em cada um de nós interesse por esses eventos. Então, sou chamado para uma viagem, mas não estou afim, mas a responsabilidade fará com que eu compareça a estes eventos em que muitas vezes podemos até ser surpreendidos com o evento absolutamente agradável.
Então, não podemos dizer que esta “Premonição” tem uma relação direta com algo que vai acontecer, se não, nós viramos místicos. E em verdade, é melhor que sejamos cada vez mais racionais e menos místicos.
Se por ventura alguém incentivou uma pessoa a ir num local e aconteceu acidente, essa pessoa não precisa se sentir culpada?
André Marouço — De forma alguma! Até porque a vida sempre prossegue. Eu vou trazer o meu exemplo pessoal:
Meu pai partiu por um acidente automobilístico, onde ele não era o motorista ele era ele era carona. E instantes, dias antes do evento ele teve a oportunidade de conversar com seus filhos, com seus amigos, acertar a sua vida. E chegou a dizer para mim: o meu trabalho aqui cessou! Está realizado!
E eu fico pensando… Nossa Senhora! Ele tinha ciência de que, embora ele não era o motorista, aquele seria o evento do seu retorno para espiritualidade.
Então, esta ciência de que existe uma força soberana que o Cristo nos ensinou a chamar de pai, que esta força soberana é todo o amor, que esta força soberana age a partir de uma lei perfeita para que todos nós possamos saber o nosso espaço no mundo e buscar nossa evolução. Este é o grande consolo!
Como que fica os espíritos das pessoas que morrem por acidentes?
André Marouço — Depende. Eu não concordo com uma boa parte das criaturas que defendem que: a criatura que passou por um acidente fatal vai chegar na espiritualidade atrapalhado, perdido, revoltado, não!
Depende da criatura. Nosso querido Gandhi morreu com um tiro; eu duvido que mesmo ele tendo morrido com um tiro, ele chegou na espiritualidade combalido, perdido, desorientado.
Depende do Espírito. Se é um espírito que durante a sua trajetória física ocupou-se de semear paz e a concórdia ao seu redor; se é um espírito que ao longo de sua existência preocupou-se em estudar sobre as questões da espiritualidade; se é uma pessoa amada, respeitada; certamente ela receberá o melhor, ela terá melhores condições de receber todo o atendimento que se dá na espiritualidade.
Se Deus é Pai, eu não tenho dúvida alguma de que todos nós quando retornamos para a espiritualidade encontramos o amigo espiritual a nos aguardar; aqueles que nos precederam o retorno para espiritualidade ansiosos a nos aguardar, a cuidar que tenhamos a melhor recepção, o melhor atendimento médico (por que o atendimento médico se dá do lado de lá).
Então, desencarnamos de uma de uma doença ou de um acidente aqui é o mesmo atendimento médico que nós estávamos recebendo aqui, na carne. Nós receberemos inclusive melhor, na espiritualidade.
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