8 dados que justificam a luta por igualdade de gênero nos dias de hoje

Por Giovana Murça para Blog Quero Bolsa

No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975 para lembrar a luta e conquistas por igualdade das mulheres no mundo todo.

As reivindicações das mulheres por direitos iguais, mais oportunidades e liberdade começou no século XIX com a luta pelo sufrágio feminino, ou seja, o direito ao voto. Na década de 1960, o movimento lutou pela ampliação de direitos legais e sociais, abordando temas como família, direitos reprodutivos, sexualidade e mercado de trabalho.

No Brasil, uma das pioneiras pela luta de direitos das mulheres é a educadora Nísia Floresta. Na década de 1920, as reivindicações incluíam direito ao voto, a educação e emancipação feminina.

Hoje, o movimento feminista têm muitas vertentes, como o feminismo negro, liberal, marxista, radical e interseccional. A segmentação leva em conta que mulheres de diferentes condições financeiras, sociais, etnias e culturas têm diferentes necessidades.

Toda essa luta gerou muitos avanços na condição da mulher na atualidade. Mas, a equidade – igualdade de oportunidades – ainda não foi alcançada. Muitas mulheres ainda sofrem pela violência de gênero, a violência por serem mulheres, e desigualdade no mercado de trabalho.

Para entender as reivindicações do movimento das mulheres no Brasil, confira 8 dados que justificam a luta por igualdade de gênero até os dias de hoje!

Violência contra mulher

Divulgado em 2019, o 13ª Anuário Brasileiro de Segurança Pública registrou o maior número de vítimas de violência sexual desde o início do estudo em 2007. A dez estupros, oito foram contra mulheres. A maioria das vítimas (53,8%) foram meninas de até 13 anos.

O relatório também registrou um aumento de 4% no número de feminicídio – homicídio contra mulheres pelo fato de serem mulheres – em relação ao ano anterior. Mais de 1200 mulheres foram mortas, quase 90% dos assassinos são ex ou atuais companheiros das vítimas. A violência começa dentro de casa, a pesquisa aponta um registro de violência doméstica a cada dois minutos.

Casamento infantil

O Brasil é quarto país do mundo no ranking de casamento infantil de meninas, atrás apenas da Índia, Bangladesh e Nigéria, de acordo com o estudo “Tirando o véu – Estudo sobre o casamento infantil no Brasil“, de 2019. O país também está entre os cinco países da América Latina e Caribe com a maior incidência de casos. Na região, uma em cada quatro meninas menores de 18 anos se casam. Dos 137.973 casamentos infantis realizados em 2019 no Brasil, 109.594 são de meninas.

woman-3972560_1920Mulheres na política

No Brasil, as mulheres são subrepresentadas na política. Segundo o Mapa Mulheres na Política 2019, um relatório da Organização das Nações Unidas e da União Interparlamentar, o Brasil ocupa a posição 149 de 188 países no ranking representatividade feminina na política. No congresso brasileiro, apenas 15% dos representantes são mulheres.

Desigualdade salarial

Apesar da queda na desigualdade salarial nos últimos anos, as mulheres brasileiras ainda ganham cerca de 20,5% a menos que os homens. O estudo foi feito pelo IBGE com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2018.

Dupla jornada

Além de ganharem menos, as mulheres trabalham mais dentro de casa por conta da dupla jornada, ou seja, afazeres domésticos e criação dos filhos. Uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), do três últimos meses de 2019, apontou que as mulheres gastam 95% a mais de tempo com afazeres domésticos do que os homens.

Mulheres em cargos de chefia

O machismo e o excesso de tarefas domésticas refletem na dificuldade de ascensão das mulheres no mercado de trabalho. De acordo com o IBGE, elas são minoria em cargos de chefia. Em 2016, a porcentagem de mulheres em cargos gerenciais era de 37,8%.

Mulheres negras

Quando é feito um recorte de mulheres negras, a violência e desigualdade de acesso à educação e mercado de trabalho se somam ao racismo e ficam ainda maiores. De acordo com o 13ª Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 61% das vítimas de feminicídio são mulheres negras. Nos casos de violência sexual, elas também são maioria das vítimas (50,9%).

No mercado de trabalho, as mulheres negras recebem menos da metade do salário de um homem branco (44,4%) em 2018, segundo o IBGE. A pesquisa também apontou que quanto maior o cargo, menor a presença de pessoas negras na liderança.

Mulheres na pesquisa acadêmica

Apesar das mulheres serem maioria no Ensino Superior (71,3%), segundo a pesquisa do Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo (USP) a partir de dados da Academia Brasileira de Ciências (ABC), na área de “Engenharia, Ciências Exatas e da Terra”, apenas 20,08% das bolsistas são mulheres. Nas outras áreas, a diferença é menos significativa.

A pesquisa ainda mostrou que conforme o nível das chamadas bolsas de produtividade aumenta, a porcentagem de pesquisadoras mulheres na área de “Engenharia, Ciências Exatas e da Terra” cai para menos de 10%.

 

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