A vida nas travessas de Bauru

JCNet por Marcele Tonelli

Testemunhas do desenvolvimento da cidade, ruazinhas guardam histórias curiosas de moradores e são tidas como refúgio do vaivém agitado no meio urbano

Ofuscadas muitas vezes por prédios e avenidas, as travessas passam quase despercebidas na rotina frenética em meio urbano. Em Bauru, existem, hoje, 94 ruazinhas de apenas uma quadra, principal característica das travessas, registradas na Secretaria Municipal de Planejamento. Elas estão espalhadas por toda a cidade e, além de serem testemunhas do desenvolvimento do município, guardam histórias curiosas. No Centro, por exemplo, a maioria das travessas é tida como um refúgio pelos moradores, que nelas se livram do vaivém agitado do trânsito.

Também caracterizadas pela ausência de pontos comerciais, algumas parecem abrigar a tranquilidade e a sensação de segurança de condomínios fechados, segundo relatam os moradores.

O JC nos Bairros traz algumas curiosidades da vida nas travessas de Bauru.

LIBERDADE

Fotos: Marcele Tonelli / Reproduzidas do JCNet
A travessa liberdade fica localizada nas imediações da rua Quinze de Novembro, na altura do cruzamento com a rua Rio Branco, no Centro
“Não troco a vida na travessa por nada na cidade”, diz dona Odânia Queiroz
Moradoras da travessa Liberdade, Odânia Queiroz e Elis Cardoso passam tardes papeando na frente de casa

Mais aconchegante e até intimista do que uma rua comum, a travessa Liberdade, localizada nas imediações da rua Quinze de Novembro, na altura do cruzamento com a rua Rio Branco, é sinônimo de tranquilidade, amizade e até mesmo de liberdade propriamente dita. É o que dizem os moradores de lá.

Dona Odânia Queiroz, 88 anos, e dona Elis Santiago Cardoso, também 88, são vizinhas e possuem quase quatro décadas de amizade e de convivência na travessa Liberdade. Viúvas, atualmente, elas sempre se ajudaram como boas vizinhas e, agora, na melhor idade, se reúnem com frequência para chás e cafés ao longo das tardes.

“Meus filhos queriam que eu mudasse para um apartamento, mas não troco a travessa por nada. Aqui, eu tenho amizades e liberdade de ir e vir, porque tudo o que preciso é perto”, comenta Odânia.

Em alguns dias da semana, elas se também se juntam com os demais vizinhos dos fundos da travessa para papear.

“É uma delícia morar aqui, é pacato e pertinho do Centro. É como morar em um condomínio fechado”, reforça Elis. “Não me preocupo nem em combinar roupa, saio na rua com o que uso pra ficar em casa mesmo”, completa a moradora.

SAUDOSISMO

E os vizinhos da travessa Liberdade já foram até mais unidos e alegres no passado, segundo elas.

“Lembro dos natais e festas juninas em que fechávamos a travessa”, lembra Odânia.

“Foi acabando, porque muitas pessoas que moravam aqui ou morreram, ou mudaram. São poucos os moradores antigos”, acrescenta dona Elis.

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