Como lidar com o luto em tragédias como a de Brumadinho?

Por Camila Tuchilinsk para o Site Terra

Transtornos de ansiedade, estresse pós-traumático, fobias e suicídio são os principais perigos

Centenas de famílias perderam tudo após o rompimento da barragem em Brumadinho. Casas e fazendas foram completamente destruídas. Familiares e amigos morreram. Animais se foram. Como lidar com o luto em tragédias como a de Brumadinho?

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A psicóloga Juliana Guimarães, integrante do Grupo de Intervenção Psicológica e Emergência Pós-Desastres, afirma que o processo de luto é individual mas, neste caso, tem algumas particularidades. “Esse é um luto que envolve fatores complicadores para o processo: uma morte repentina, extremamente violenta, com perdas múltiplas, de familiares, amigos, casa, as memórias, fotografias que se foram, os registros de uma vida inteira. A minha cidade, o parque onde eu levava minha filha. Tem um luto muito particular do que eu perdi. Esse luto coletivo, em níveis diferentes, atingiu o país. Todos nós somos vítimas dessa tragédia”, avalia.

Outras patologias mentais podem surgir, como Transtorno de Estresse Pós-Traumático, muito frequente em casos de desastres ou sequestros. Conhecido como TEPT, a doença é caracterizada quando a vítima revive a tragédia constantemente, causando sofrimento emocional. Além disso, o paciente tem alteração do sono, se assusta mais facilmente e o nível de ansiedade é elevado.

Rodrigo de Almeida Ramos lembra do rompimento da barragem em Mariana, também em Minas Gerais, há três anos. “Depois da tragédia, 30% das vítimas de Mariana desenvolveram depressão. Os quadros de ansiedade representaram outros 30% e 12% das pessoas registram Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Além disso, 26% das vítimas tiveram comportamento suicida, fora a dependência de álcool que também aumentou. Do ponto de vista de saúde mental isso é devastador”, enfatiza o psiquiatra.

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