De mãe para mãe

Por Amanda Thomaz para Vamos falar sobre o luto

Compartilho aqui a minha história com a intenção de que ela seja um abraço em todas as mães que passaram pela cruel experiência da perda gestacional. Não estamos sozinhas nessa imensidão de dor e amor.

 

Perdi minha filha com poucos meses de vida em meu ventre, abrindo um buraco gigante em meu coração e inaugurando um novo e difícil luto em minha vida.

Esses anos todos de vivência com o projeto Vamos Falar Sobre o Luto? me deixam um pouco mais preparada para lidar com esse luto, mas não mais protegida da dor e do turbilhão de sentimentos que vêm junto com ele.

Perder um filho, não importa em qual tempo, é cruel demais.

Compartilho aqui a carta que escrevi para a minha menina no dia de sua partida, com tanta dor e amor:

“Foram 3 meses completos com você, tempo suficiente para te amar loucamente e planejar uma nova vida que estava por vir. Deu tempo de sonhar com a sua chegada e de viver momentos de pura felicidade, como esses registrados aqui. A sensação de ter 3 corações, dois batendo dentro e um batendo fora, é indescritível.

Poucos já sabiam sobre você. O dia que estava marcado na agenda para gritar aos quatro ventos “Ela está aqui” foi, cruelmente, o dia que me avisaram que você não estava mais aqui. A notícia que veio como bala perdida e espatifou o nosso coração.

Que Dor. Que Vazio.

Filha, obrigada por nos escolher como família para sua jornada, que foi curta mas intensa. Seguimos conectados pelo amor, agora você vive em nossos corações e vamos sempre lembrar de você como a irmãzinha, o jeito carinhoso que te chamamos enquanto escolhíamos a dedo o nome perfeito para você

Já sinto saudades do que vivemos e de tudo que ainda havia para viver.

Fica com Deus minha filha.

Mamãe, papai e Joca te amam.”

 

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