Emoção marca ordenação de dom Ricci
Por Thiago Navarro para JCNet
Rito de ordenação do primeiro bispo bauruense foi acompanhada por cerca de duas mil pessoas; parte assistiu por telões externos instalados
A tarde desse domingo (16) foi histórica para a Igreja Católica de Bauru. Após 53 anos da criação da Diocese de Bauru, pela primeira vez um sacerdote da cidade foi ordenado bispo, em uma cerimônia marcada pela emoção. O agora bispo Luiz Antonio Lopes Ricci assumirá, a partir de 5 de agosto, o cargo de bispo-auxiliar da Arquidiocese de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. A nomeação, feita pelo Papa Francisco, foi em 10 de maio de 2017.
A ordenação episcopal foi acompanhada por cerca de duas mil pessoas, durante toda a tarde desse domingo (16), na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, no Jardim Panorama. Parte do público assistiu à solenidade na parte externa do templo, por meio de telões. A emoção foi a marca principal, sobretudo na parte final da celebração, que durou mais de três horas. Além de muita gente de Bauru e região, fiéis e religiosos vieram de ônibus de Niterói.
A cerimônia segue o ritual de uma missa normal da Igreja Católica Romana, tanto na ordem das leituras quanto na presença da comunhão, principal ponto da liturgia. O bispo de Bauru, dom Caetano Ferrari, foi o condutor principal da celebração, auxiliado diretamente por dom José Francisco Rezende Dias, arcebispo de Niterói, e dom Luiz Antônio Guedes, bispo de Campo Limpo e que já ocupou a mesma função na Diocese de Bauru.
Autoridades prestigiaram a Ordenação Episcopal de dom Luiz Ricci. O vice-prefeito Toninho Gimenez (PTB) representou o Poder Executivo local (Prefeitura de Bauru), enquanto o vereador Carlão do Gás (PMDB), bastante atuante na Igreja Católica, foi como membro do Poder Legislativo (Câmara Municipal). Lideranças religiosas de outras denominações cristãs também marcaram presença.
A ORDENAÇÃO
Logo após a leitura do Evangelho, aconteceu o rito de ordenação. Ricci respondeu a várias perguntas sobre sua fé e, deitado sobre um tapete no altar, foi feita a ladainha (devoção a vários santos). Bispos de várias dioceses paulistas e até de outros estados estavam presentes e fizeram a imposição das mãos e prece de ordenação sobre a cabeça do sacerdote. O arcebispo de Botucatu, da qual a Diocese de Bauru faz parte, dom Maurício Grotto de Camargo, também participou.
No final do Rito de Ordenação, o simbolismo do anel e do cajado: primeiro Ricci é ungido com o óleo e recebe o Evangelho, representando o dever de viver a Palavra de Deus. Depois, recebe o anel, sinal da fidelidade que deve ter com a Igreja e, em seguida, a imposição da mitra, que significa “o esforço na busca pela santidade”. Por fim, o novo bispo recebe o báculo pastoral, uma espécie de cajado, representando o encargo de governar as comunidades a ele confiadas a partir de agora.
MENSAGENS
A celebração continuou, com a Liturgia Eucarística. Antes da bênção final, dom José Francisco Rezende Dias usou a palavra e fez alusão ao ipê-amarelo. O sacerdote lembrou que esta árvore floresce apenas 15 dias no ano e passa o restante do tempo se preparando para isso, comparando à missão sacerdotal.
Em seguida, o padre Luiz Eduardo Monteiro Fontana, vigário-geral da Diocese de Bauru, falou em nome do clero bauruense e citou que a ligação de dom Luiz Ricci com a cidade e sua ida a Niterói farão com que a ponte entre as duas localidades, distantes 800 quilômetros, seja “maior que a Ponte Rio-Niterói”.
Dom Luiz Ricci, ao final, agradeceu a todos que participaram de sua trajetória eclesiástica, desde sua entrada na Igreja Católica, ainda como leigo, na infância, passando pelo seminário e pela docência, pois lecionou por muitos anos na Faculdade João Paulo II (Fajopa), em Marília. O sacerdote lembrou ainda da mãe, Carmen Vendramini, já falecida, e da comunidade da Paróquia São Cristóvão, em Bauru, onde permaneceu durante muitos anos.
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